Erling Haaland, 25, norueguês nascido na Inglaterra, é um dos grandes jogadores da atualidade. Não só no tamanho e no peso (1,95 m, 90 kg), mas no talento e na efetividade.
Centroavante do Manchester City desde 2022, vive fase estupenda. Nesta temporada, são 19 gols em 15 partidas: na Premier League (Campeonato Inglês), 14 gols em 11 jogos; na Champions League (Liga dos Campeões da Europa), 5 gols em 4 jogos. Pela Noruega, em três partidas neste semestre, mais nove gols. Total: 28 gols em 18 jogos.
Seu desempenho fulgurante fez com que o treinador do Man City, o espanhol Pep Guardiola, um dos melhores e mais vitoriosos da história, o comparasse a Messi e a Cristiano Ronaldo, os suprassumos neste século quando o assunto é futebolista.
Guardiola disse que “a influência” do artilheiro “é tão grande que é como você contar com Messi ou Cristiano”.
Exagero? Não. No momento em que escrevo este texto, Haaland está com 25 anos, três meses e 22 dias de idade. Considerando somente jogos válidos por competição, somando clubes e seleção principal, acumula na carreira profissional 336 gols em 387 jogos (média de 0,87).
Com a mesma idade, tanto Messi como Cristiano Ronaldo (principalmente) estavam muito atrás. O argentino tinha 276 gols em 395 partidas, e o português, 167 em 404. Médias, respectivamente, de 0,70 e 0,41.
Messi, hoje com 38 anos, e Cristiano, que está com 40, ainda viveriam o auge goleador, o primeiro pelo Barcelona (pelo qual atuou de 2004 a 2021), o segundo com o Real Madrid (de 2009 a 2018).
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Mesmo assim, as estatísticas de toda a carreira os deixam consideravelmente atrás de Haaland. Descartando os amistosos, a Pulga tem 809 gols em 1.048 partidas (média de 0,77), e o Robozão, 908 em 1.214 (média de 0,75).
Se a comparação com os maiorais do século 21 põe o norueguês no topo, é válido o cotejo com o melhor de todos os tempos: Edson Arantes do Nascimento, o Pelé.
Antes, um aparte. A apresentação de alguns dados numéricos, por mais que se pesquise em fontes variadas (que às vezes trazem informações díspares), está sujeita a imperfeições. Quanto mais se volta no tempo, mais isso se agrava. A precisão pode não ser de 100%, devendo-se considerar uma margem, mesmo que pequena, de erro.
Isso posto, aos 25 anos, três meses e 22 dias, Pelé possuía a espetacular média de 1,25 gol por confronto válido por competição (376 jogos, 469 gols). Sem chance para Haaland nessa disputa.
O que não impede o camisa 9 de tentar perseguir o mais célebre camisa 10 para nivelar-se ao Rei do Futebol no quesito artilharia.
Desprezando jogos não válidos por campeonatos (os quais lhe permitiram marcar mais de 1.280 gols), Pelé teria contabilizado 724 gols em 773 partidas (média de 0,94).
Haaland tem condição de atingir essa média? No alucinante ritmo atual (1,5 gol por partida), sim. Guardiola acredita, afirma que Halaand “vive para fazer gols”. Porém é dificílimo crer que essa regularidade será mantida.
Da parte do goleador, que diz estar em sua “melhor versão”, humildade quando o colocam no nível de Messi e de CR7. “Não, não mesmo, bem longe disso. Ninguém consegue chegar perto deles.”
Talvez Haaland não saiba, mas não só chegou como ultrapassou. Os dois supercraques estão em seu retrovisor.
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Fonte: Folha de S.Paulo – Blogs – O Mundo É uma Bola – Principal