A decisão da Libertadores, neste sábado (29), significa para Flamengo e Palmeiras muito mais do que se tornar o melhor time da América do Sul. O valor dessa final ultrapassa o título em si.
O ganhador do confronto no Monumental de Lima, no Peru, vai se tornar o brasileiro com o maior número de conquistas do principal interclubes do continente.
Quem é torcedor sabe o quanto vale isso. Muito, muito mesmo. A importância de ganhar no estádio apelidado de Colosso, devido ao tamanho (cabem 80 mil pessoas), é colossal.
O sabor de, em uma discussão sobre futebol, colocar-se acima dos rivais equivale a deliciar-se com seu prato predileto. É deleitoso. O palmeirense sabe bem disso, pois vive sendo alvo de chacota: “Você não tem Mundial”.
Hoje, são cinco as equipes do Brasil que venceram a Libertadores três vezes: as duas finalistas deste ano, o Grêmio, o Santos e o São Paulo.
Encerrada a partida na capital peruana, ou Flamengo ou Palmeiras estará isolado no topo. Será o rei brasileiro da América.
A única vez que aconteceu uma virada entre brasileiros com mais títulos na Libertadores foi em 2005, quando o São Paulo de Rogério Ceni e companhia superou o Athletico-PR para faturar sua terceira taça.
O Santos de Pelé, com duas conquistas (1962 e 1963), tinha sido igualado no decorrer dos anos por São Paulo, Cruzeiro e Grêmio.
Tem mais: quem ganhar de Flamengo x Palmeiras, além de se tornar o maioral do Brasil na América do Sul, classifica-se para a segunda edição do Supermundial da Fifa, em 2029, e para a segunda edição da Copa Intercontinental da Fifa, que será decidida na metade de dezembro, no Qatar.
O atual vencedor da Liga dos Campeões da Europa (Champions League), o Paris Saint-Germain, já tem vaga na decisão da Intercontinental, porém o campeão da Libertadores precisará passar por Cruz Azul (México) e Pyramids (Egito) para alcançar a final. Um favorecimento descabido, aliás, para o representante europeu.
Ainda sobre a Intercontinental, se não houver uma mudança por parte da Fifa, o ganhador continua a ter status de campeão do mundo. Desse modo, o Palmeiras poderá obter o seu primeiro título ou o Flamengo, o seu segundo –o único é o de 1981, com a geração de Zico.
Por que a Fifa mudaria? Porque é uma aberração haver dois campeões mundiais no mesmo ano. O da Intercontinental, no próximo mês, que pode coroar um clube jogando uma única vez, e o do Supermundial (para mim; apenas Mundial para a Fifa; e Copa do Mundo para esta Folha), ganho pelo Chelsea em julho, nos EUA, depois de sete partidas.
Contudo não vai mudar, não tem colhões para fazê-lo, e conviveremos com esse desvario.
Voltando à Libertadores, o triunfo de Flamengo ou Palmeiras estenderá um domínio brasileiro exercido desde 2019, com seis títulos consecutivos (dois do Palmeiras, dois do Flamengo, um do Botafogo, um do Fluminense).
Coroa nacional da Libertadores na cabeça, o ganhador terá como próximo desafio, a ser cumprido a médio prazo, obter a coroa geral da competição. O rei atual, cuja soberania instaurou-se em 1973, ano de sua quarta taça no campeonato, é o Independiente.
O Rei de Copas, como é apelidado o clube argentino, ostenta sete Libertadores –a mais recente, há mais de 40 anos, no distante 1984.
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Fonte: Folha de S.Paulo – Blogs – O Mundo É uma Bola – Principal