Técnico encoraja time com fotos dos jogadores na infância – 04/11/2025 – O Mundo É uma Bola


Motivação conta muito no futebol.

Os treinadores sabem disso e, sempre que necessário, buscam ideias e mecanismos para inspirar seus jogadores a terem uma performance que vá além da parte física, da parte técnica, da parte tática.

É o chamado doping psicológico, resultado de algum gatilho disparado que faça a equipe, individual e coletivamente, ir além do corriqueiro.

Essa estratégia é ainda mais importante quando o time vai mal das pernas, enfrenta uma crise, mesmo que em início de campeonato. Pior: situa-se na zona de rebaixamento, precisando reagir logo para evitar passar apuros mais à frente, ver-se em cenário irreversível.

Nuno Espírito Santo, 51, treinador nascido em São Tomé e Príncipe (África) e que tem nacionalidade portuguesa, assumiu o West Ham, da Inglaterra, no fim de setembro, com o clube na zona de rebaixamento. Substituiu Graham Potter, demitido depois de um início de Premier League com quatro derrotas e uma solitária vitória.

A situação dificilmente pioraria, certo? Em termos. Nos quatro primeiros jogos, um empate e três derrotas, e o time londrino mantendo-se entre os três últimos colocados.

Nuno percebeu que os métodos e preceitos tradicionais de seu repertório como técnico não estavam funcionando. Tinha que fazer algo para dar uma sacudida nos jogadores, a fim de desencadear uma guinada rumo à sobrevivência –do time e dele próprio no time.

Na virada de outubro para novembro, preparou um plano para incentivar os jogadores. (Parênteses meu: só o salário mensal que os futebolistas ganham no time, que varia de R$ 50 mil a R$ 4 milhões, deveria ser incentivo suficiente, mas não estava sendo.)

Não sei como ele conseguiu o material, mas antes da partida no Estádio Olímpico de Londres, no domingo (2), o vestiário do West Ham tinha uma das paredes repleta de fotografias. Eram imagens dos atletas quando crianças.

O senegalês El Hadji Malick Diouf, lateral esquerdo titular do time, postou em rede social o painel com quase três dezenas de garotos.

A intenção de Nuno era fazer os jogadores “voltarem no tempo”, à época em que sonhavam jogar futebol em altíssimo nível. Para lembrá-los de que percorreram um longo caminho, árduo e espinhoso, até vestir a camisa de um clube de elite e estarem competindo na liga mais prestigiosa do planeta.

Isso renovou a equipe. Cada um que foi a campo, percebeu-se, deu algo a mais que o normal. Vontade extra, esforço redobrado, energia de sobra. Mesmo começando atrás do gabaritado Newcastle (que disputa a Champions League), virou, e os jogadores voltaram para o vestiário para oferecer ao seu “eu mirim” o placar de 3 a 1.

Nas redes sociais, fãs dos Hammers (martelos, apelido que alude à formação original do West Ham, no final do século 19, com trabalhadores de uma siderúrgica na qual eles usavam essas ferramentas) curtiram o que consideraram um “toque de amor” transformado em combustível para o ardor.

“Na Premier League, não podemos nos permitir não trabalhar duro, com sacrifício”, afirmou Nuno depois da vitória. “Essa foi a mensagem aos rapazes.”

O triunfo foi insuficiente para tirar o West Ham da zona de descenso, porém, no Dia dos Defuntos, houve vida na equipe, despertada pelas memórias de tempos saudosos de vivência pueril.


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Fonte: Folha de S.Paulo – Blogs – O Mundo É uma Bola – Principal

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